Cresci vendo minha mãe cuidando da pele. Ela fazia suas próprias alquimias na cozinha de casa. Ali ela misturava, concentrada, alguns ingredientes do dia a dia como fubá, ovos, açúcar, mel, azeite, etc.

Cresci com a lembrança dela com o cabelo preso, passando suas misturas no rosto e falando conosco sem articular muito a boca por conta das máscaras faciais.

Nosso quintal era grande e cheio de plantas. Babosa, erva-de-santa-maria, boldo, hortelã, etc. Aprendi desde pequena a acreditar no poder das plantas.

Quando eu torcia o pé jogando basquete, ela fazia o emplastro de erva-de-santa-maria. Quando eu ficava gripada, ela fazia o xarope com açúcar queimado, alho e mel. Quando eu tinha problemas digestivos, ela fazia chá de boldo com hortelã. Quando eu me queimava no sol, ela fazia gel de babosa.

Estes conhecimentos ela aprendeu com sua mãe, minha vó, Maria.

Em cada situação desta eu vejo gestos de afeto, acolhimento, empatia e amorosidade. Todos estes gestos relembram minha origem e me deixam um legado.

Os anos passaram, eu cresci, constituí minha família e trouxe, em minha bagagem, os valores respeitosos com a natureza que ela me ensinou.

Aprendi que há química em tudo! Nas plantas, flores, óleos, tudo! Então passei a buscar conhecimento nesta área e descobri que o conhecimento, além de transformador, é inesgotável!

Foi durante a pandemia que a empatia adquirida na minha infância gritou dentro de mim, querendo ajudar pessoas a melhorarem sua qualidade de vida.

O que imaginei ser algo temporário, cresceu!

Meu desejo de gerar boas experiências nas pessoas, também cresceu!

É por isso que hoje, Origem Natural, passa a ser MURUMURU!

O murumuzeiro é uma palmeira espinhosa, que prefere crescer em solo úmido e alagado. O seu fruto é a amêndoa, chamada murumuru.

Metaforicamente, eu vejo em murumuru, a materialização de um legado, que é o crescimento em local fértil, alagado de amor, a ser firme e resistir adversidades, e espalhar fartura através dos bons frutos.

É verdade que a colheita é imensamente gratificante, mas para ter bons frutos, a rega, o sol, a adubação, poda e a paciência para esperar o crescimento do fruto são essenciais!

Aprendi a apreciar esse caminho, a desfrutar da sombra, e entendi que a colheita não é o fim, mas sim o meio, que permite que o ciclo da vida continue. Afinal, somos cíclicos! Somos MURUMURU!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ass. Sabrina Prado.